O que a vitória de Donald Trump pode ensinar aos seus negócios
A vitória de Donald Trump pegou boa parte do mundo de surpresa. Assim que a vitória de Trump foi confirmada, ações da bolsa de valores da Ásia despencaram e na Europa não foi diferente. Em razão do fuso-horário só horas depois que a bolsa de valores brasileira abriu, e seguindo a tendência, também em queda. Em queda por um único motivo, a dúvida. A tal da incerteza é o pior dos mundos para o ambiente de negócios. O republicano prometeu encerrar inúmeros acordos existentes entre EUA e outros países, sem falar na construção de um absurdo muro na fronteira com o México. E você pode se perguntar, mas se ele já afirmou isso na campanha, porque ele é uma dúvida? uma incerteza? A resposta é simples, nem tudo que se é prometido na campanha consegue-se por em prática. É só lembrarmos das promessas da ex-presidente Dilma e das suas ações pós vitória (aumento da taxa de juros, aumento no preço da gasolina, aumento na conta de luz e etc.), exatamente o contrário do que havia prometido em campanha. É essa instabilidade que faz qualquer negócio entrar numa área de risco. E uma empresa precisa estar preparada para agir nos mais diversos cenários possíveis, esperando inclusive o inesperado.
Os institutos de pesquisas americanos cravavam a vitória da democrata Hillary com uma certa folga. E o que foi que aconteceu? Por um lado eles até que acertaram, no voto popular a Hilary obteve mais votos que o Trump, mas, as eleições americanas não são iguais as eleições no Brasil, a decisão é por colégio eleitoral, e nesse critério o Republicano conseguiu até uma certa folga. E como Trump conseguiu o inesperado? Como ele conseguiu surpreender o mundo com a sua vitória e desbancou a favorita Hillary?
Ele atuou onde precisava angariar votos. Nos EUA onde historicamente os democratas venciam, foi exatamente onde Trump intensificou as suas ações, as suas visitas, o seus comícios, falou diretamente com aqueles que mais sofreram com a crise econômica de 2008 e ainda sofrem, que são os funcionários das indústrias, apesar da taxa de desemprego americana ser muito baixa (na casa dos 4%, bem diferente do Brasil que hoje tem uma taxa acima de 10%), esses profissionais mesmo empregados não conseguem obter a mesma qualidade de vida de outrora. Trump conversou com quem necessitava ouvir uns “conselhos” e atuou onde precisava, onde a vitória da Democrata já era dada como certa. Hillary pouco atuou nessas regiões e Trump observou isso muito bem, no mundo do marketing as empresas precisam ficar atentas as fragilidades da concorrência, apesar dos discursos preconceituosos e por muitas vezes xenófobos de Donald, Hillary esqueceu de trabalhar bem a sua base e Donald quase que silenciosamente atingiu o alvo de uma maneira impecável.
Em uma outra comparação com a eleição presidencial brasileira já era dito como certa a vitória de Aécio em São Paulo e a vitória de Dilma no Nordeste nas eleições de 2014, e de fato isso se concretizou, mas, e o que foi que aconteceu em Minas Gerais? Aécio foi derrotado nos dois turnos e Dilma foi reeleita, se o Aécio não conseguiu vencer nem na sua base no primeiro turno, como ele iria tirar votos dos indecisos do NE no segundo turno? Nas estratégias de marketing sempre é preciso lembrar daqueles nossos atuais clientes e reforçar ações com eles, justamente porque não se pode correr o risco de achar que a venda está garantida, isso é um erro enorme, para a concorrência não atacar nossos clientes é preciso blindá-los e não cometer os mesmos erros do Aécio e da Hillary. Primeiro a gente cuida dos nossos clientes e só depois é que deve-se partir para as prospecções.
Publicado originalmente em www.saibademarketing.com.br em 02 de dezembro de 2016.